O ex-jogador Robinho, condenado a nove anos de prisão por estupro, pediu para deixar a Penitenciária II de Tremembé, no interior paulista, onde está há cerca de um ano e meio. O pedido foi protocolado por seu advogado, Mário Rossi Vale, e encaminhado à juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, corregedora dos presídios da região de São José dos Campos. A informação foi revelada pelo jornalista Ullisses Campbell, na coluna True Crime, de O Globo.
Ao analisar o requerimento, a magistrada afirmou que a solicitação deve ser avaliada pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), responsável por esse tipo de decisão. Ainda assim, ela ressaltou que “não se opõe à transferência, desde que observados os critérios legais e exista vaga disponível em outra unidade prisional”.
O pedido ocorreu pouco depois de Robinho ter sido chamado pela Justiça para prestar esclarecimentos sobre possíveis privilégios recebidos dentro da penitenciária. Durante a audiência, o ex-atleta negou qualquer tipo de favorecimento e declarou que “todos os presos são tratados da mesma forma”.
Na petição, a defesa solicita que ele seja encaminhado para um centro de ressocialização em Limeira, Rio Claro ou Bragança Paulista. O documento cita o bom comportamento de Robinho, a ausência de faltas disciplinares e também a possibilidade de que a Penitenciária II seja desativada nos próximos meses.
A unidade onde ele está detido, oficialmente chamada de Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, é conhecida por abrigar presos de grande notoriedade. O complexo de Tremembé reúne cerca de 7 mil detentos distribuídos em cinco unidades. Já passaram por lá nomes como os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, Alexandre Nardoni, Roger Abdelmassih e Lindemberg Alves Fernandes.
De acordo com agentes e funcionários ouvidos por O Globo, Robinho teria conseguido uma rotina mais confortável que a de outros internos. Ele participa de cultos evangélicos conduzidos por um pastor que começou a frequentar a unidade a seu pedido, lidera e joga pelo time de futebol formado por presos — o Tremembé Futebol Clube —, doa chuteiras a colegas e, em alguns casos, chegou a custear advogados para outros detentos.
Apesar disso, o ex-jogador vem relatando a pessoas próximas que deseja sair de lá. Segundo relatos, ele estaria incomodado com a exposição, com as “fofocas” dentro do presídio e com a convivência com outros presos de notoriedade semelhante.